quarta-feira, 24 de julho de 2013

Atitude gerada das lágrimas (ARTIGO)

(Foto: Wagner Pehls)

No final do mês de junho, tive a satisfação de aprovar em segunda votação um projeto de lei que proíbe a utilização de fogos de artifício, sinalizadores e equipamentos pirotécnicos em ambientes públicos fechados no município de São Leopoldo. A lei prevê ainda a afixação de avisos sobre a proibição. Junto a eles, uma lista com os telefones dos órgãos municipais de fiscalização, para facilitar a realização de denúncias, quando necessário.
Para quem conhece o funcionamento desse tipo de equipamento produtor de faísca, pode parecer óbvio que eles não foram feitos para serem utilizados em ambientes fechados. Mas a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, no início deste ano, com mais de 240 mortos, mostra que o bom senso e o sentimento de manter a segurança em lugares públicos nem sempre prevalece em todas as ocasiões.
A triste história dos universitários de Santa Maria fez nosso estado, nosso país e até pessoas em países estrangeiros repensarem as questões de segurança e de responsabilidade quando ocorre esse tipo de situação. A comoção em relação à tragédia foi tão grande, que cidades em vários lugares do país, algumas assembleias estaduais e mesmo países estrangeiros realizaram alterações em suas leis sobre segurança em virtude do caso da boate Kiss. Os deputados gaúchos Cherini, Villaverde e Beto Albuquerque foram alguns dos que também propuseram projetos a respeito, em âmbito estadual e nacional.
Essa foi a motivação para nosso projeto. Como legisladores, não podemos simplesmente lamentar e orar para que não aconteça novamente. Somos os primeiros sobre os quais recai a responsabilidade da proteção do coletivo.
Imaginamos que, nesse momento, muitos ainda estejam preocupados e que os próprios jovens estejam tendo atitudes de maior cuidado com os locais onde se divertem. É mesmo provável que os shows pirotécnicos não sejam o tipo mais popular de entretenimento neste momento. Mas sempre existe o risco de que o período caia no esquecimento, assim como o mundo esqueceu a tragédia da boate República Cromagnón na Argentina, ocorrida em 2004 e que ceifou quase duzentas vidas e deixou  quase mil e quinhentos feridos. Ainda que este caso tenha promovido mudanças na legislação naquele país, nós não fomos tão atentos.

Aí que entra nosso trabalho. Em forma de lei, a advertência fica pra sempre, não pode mais ser esquecida e toma forma de proteção. Desse modo acreditamos que a aprovação da lei é mais uma conquista de segurança e proteção para a população leopoldense, especialmente os jovens.