quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sobre o uso racional dos recursos hídricos - ARTIGO


                                Foto: Wagner Pehls

A iminente crise de abastecimento de água é um problema em nível mundial, que também afeta o Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), se os atuais padrões de consumo se mantiverem, e não forem criadas fontes alternativas para captação de água, em 2025, um terço da população mundial não terá acesso à água potável.
Embora exista grande quantidade de água na Terra, de fato, somente uma porção pequena está disponível para o consumo humano. E diante dos padrões de consumo atuais, a escassez da água é uma questão que preocupa a maioria dos países.
Mesmo o Brasil, que conta com cerca de 12% da água doce disponível no mundo, está sujeito a uma crise hídrica, dada a disparidade na distribuição, pois mais de 80% de todo o volume de águas superficiais disponíveis no país encontra-se na região amazônica e os 20% restantes estão distribuídos por todo o país, de maneira pouco uniforme, e se destinam a abastecer aproximadamente 95% da população brasileira.
Em nível nacional, a Lei Federal n° 9.433/1997,que estabelece os fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH),reconhece expressamente que a água é um recurso natural limitado, que deve ser conservado. Portanto, a adoção de medidas para a conservação e o uso racional da água, a utilização de fontes alternativas e a criação de políticas públicas de educação ambiental para a conscientização dos usuários sobre a necessidade de preservação desse recurso natural são de fundamental importância para assegurar à atual,e às futuras gerações,disponibilidade de água, em padrões de qualidade.
Em maio de 2012, a ANA (Agência Nacional de Águas), publicou um chamamento público em que estabelece que toda cidade brasileira deve “contar com lei ou projeto de lei municipal de conservação e uso racional da água ou lei ou ato normativo municipal equivalente”. Com essa preocupação, nossa bancada está trazendo um projeto para estabelecer um programa de uso racional da água para São Leopoldo, atendendo a uma demanda não apenas local, mas nacional e mundial. Não se trata apenas de promover a educação para evitar o desperdício, mas também de regularizar as edificações para o uso racional, incluindo o aproveitamento das águas servidas e da água da chuva. Acredito que seja essa uma medida básica para garantirmos o abastecimento para as gerações de nossos filhos e netos.
Na manhã deste dia 22, em que se comemorou o Dia Mundial da Água, protocolei, junto à Secretaria da Câmara de Vereadores de São Leopoldo, o projeto de lei para regulamentar o uso racional da água nas edificações municipais, bem como o reaproveitamento das águas servidas e água da chuva. Na mesma ocasião, protocolei junto ao projeto um pedido de audiência pública para aprofundar o debate dessa questão no município. É algo que precisa contar com a participação de toda a sociedade para sua implantação efetiva. Conto com o auxílio de todos para que possamos ampliar a discussão que afeta não apenas nosso cotidiano, mas as futuras gerações. 

Armando Motta